sexta-feira, 25 de julho de 2008

Que 7 de setembro!

Era a semana de 7 de setembro de 1976 e estávamos no último ano do ginásio, ou seja, na 8ª série. Aquele período ficou marcado na minha vida devido acompanhar colegas em uma travessura de adolescente que naquela época éramos mais umas crianças crescidas, diferente dos dias de hoje!

Todos os anos nossa escola sempre se empenhava para fazer o melhor desfile de 7 de setembro, que sempre era realizado no bairro do Belenzinho, saindo da Rua Herval finalizando no Largo São José do Belém.

O desfile compunha-se da fanfarra e várias alas com temas históricos, como: ala romana, o pai da aviação/Santos Dumont (aliás, um dos Santos Dumont chama-se Alceu Baptistão um mestre da publicidade e está no Orkut), a Côrte, Índios, entre outros fatos. Nossa escola sempre ganhou troféus como a que melhor se apresentava e representava esses fatos históricos.

Alguns anos eu já havia participado da fanfarra e desfilado em algumas alas (em 1971 fui Tomé de Souza - rs), mas naquele ano não estava participando de nada. Sendo assim, teria que participar dos pelotões de alunos que finalizava o desfile. Para tanto, havia ensaios e todos alunos tinham que participar, ou “democraticamente” eram obrigados a participar.

Chegando o dia do ensaio do pelotão, eu e um grupo de colegas ouvimos, que os que participariam das alas e da fanfarra não precisariam ensaiar e eu num gesto de infantilidade – pois nunca havia aprontado na Escola – resolvi seguir esses colegas que também não fariam parte de nada, mas não queriam ensaiar.

Subimos para a sala de aula e através das janelas que davam para o pátio interno, ficamos observando e rindo dos pelotões que ensaiavam e de certa forma da nossa própria travessura. A alegria durou pouco!

Passados alguns minutos nossa professora de Desenho de nome Pérsida (como todos os alunos tinham medo dela a chamavam de Péstida – rs), foi passando de sala em sala e anotando o nome dos alunos e sua devida participação na fanfarra ou alas. Essa verificação talvez fosse feita porque com certeza todos os anos tinham alunos “fugitivos” desses ensaios. Na nossa cabeça de adolescente talvez passasse que era um “mico” ter que ensaiar algo que tinha mais cara de ensaio militar do que desfile de 7 de setembro.

Estávamos num grupo de quatro ou cinco moleques travessos e quando a tal “Péstida” perguntou sobre nossa participação titubeamos e não deu outra, fomos pegos pelos braços e levados para o pátio onde todos ensaiavam. Eu que nunca havia aprontado na escola fiquei com as pernas bambas.

Chegando no pátio, não só todos pararam como o ensaio como começaram a rir de nós e se não bastasse de longe observava esses ensaios Dona Norma Orsi, nossa Diretora, que era vista como muito severa. Quando ela me viu, já foi logo falando: “Muito bonito Sr. Bertolucci. Até o Sr.? (rs). Eu não sabia onde enfiar a cara, ainda mais sendo chamado pelo sobrenome, já que Dona Norma conhecia muito bem minha mãe porque foi sua professora na década de 1940. Nem sei se minha mãe ficou sabendo desta história (rs). Acho que não!

Bem, e a severa diretora nos pegou pelo braço e fomos colocados na frente de todos, logo no primeiro pelotão e lá ficamos no "abre alas" do ensaio, os tais fugitivos que não queriam ensaiar. Da minha parte foi uma grande vergonha e essa “aventura” ficou marcada na minha memória já que foi a grande “arte” que aprontei nesse período escolar.

Finalizando, não nos restou outra se não ensaiar e desfilar bonitinho naquele 7 de setembro e ai de nós se fizéssemos feio! (rs).

por Hélio Bertolucci Jr.